Antes de contar como a transferência da minha prima facilitou minha vida vou contar um dos ou talvez o maior mico que paguei na infância. Eu até acho que esse evento desencadeou minha prisão de ventre pois até o meu oito anos eu não tinha, o problema era não ter onde ir. Como descrevi antes, o banheiro da minha escola era terrível, sem papel, sem porta ou sem tranca, com xixi e fezes por todos os lados etc, e após o incidente que me aconteceu (postei sobre isso tbm), passei a tentar segurar a vontade até a hora de ir ao banheiro de casa. Obviamente isso não dava certo, eu sempre chegava em casa sujo, cagado e levava bronca e surra da minha mãe. Pode parecer meio porquinho mas certa vez chegando perto de casa todo sujo e já prevendo a surra que iria levar eu resolvi enrolar e acabei entrando em um terreno que estava sendo preparado pra construção de um hotel na minha rua. Achei uma pedra pra sentar e de maneira distraída peguei em uns papeis que estavam no mato e sem pensar no que estava fazendo tirei minha roupa e comecei a me limpar, inclusive tirando o excesso de sujeira da cueca... ao ouvir barulho de vozes corri pra casa e para minha surpresa nem apanhei, apenas levei a bronca padrão. Essa foi minha técnica então adotada, sempre passava nesse terreno antes e tirava todo o excesso de "carga" antes de ir pra casa nos dias que estava muito sujo... pelo menos até o dia do king-kong.
Bom, faziam 2 dias que eu não me sujava tanto e já estava até ficando mais confiante, porém naquele dia algo ia sair errado. Durante a aula não senti nada de anormal e nem tive vontade de ir ao banheiro, mas tudo começou no ponto de ônibus enquanto esperava o 173 (Rodoviária-Leblon) passar. Acontece que nesse dia o ônibus estava demorando muito e a dor de barriga que estava fraca na hora do recreio começou a ficar bem forte, eu via meus amigos pegarem seus ônibus e nada do meu passar e isso parecia aumentar ainda mais dor. Depois de muito tempo só ficou uma amiga minha Fabiana e eu, pois pegavamos a linha, quando senti um frio correndo meu corpo inteiro, minhas pernas enfraquecerem e infelizmente minha cueca encher... fiquei desesperado e a todo custo disfarçar, minha amiga me perguntava se estava tudo bem e eu dizia que sim e por sorte ou azar veio o ônibus lotado :( . Eu tentei não ir naquele pois cheio do jeito que estava ia acabar nada bem pro meu lado mas minha amiga insistiu muito e não tive outra escolha. Subimos no coletivo e ficamos nos últimos banco antes do cobrador que naquela época ainda fica atrás, minha colega conseguiu um lugar mais afastado me deixando sozinho. Logo com uns 20 minutos de viagem comecei a escutar uns comentários sobre cheiro de coco dentro do busão, lógico que eu sabia que se tratava de mim mas ainda não haviam achado a fonte do cheiro. Eram comentários do tipo: "alguém se cagou aqui dentro" ou "tira a cueca e joga pela janela". Foi quando uma menina que saiu de não sei onde, com a cara de uns 5 ou 6 anos grita pra mãe: "mamãe foi esse menino que fez coco nas calças!", quando olhei pra traz a garota estava com o nariz enterrado na minha bunda e ficava gritando pra mãe e pras irmãs que minha calça tinha tanto coco que vazia volume. Todos do ônibus começaram a olhar pra mim, as irmãs da garota riam e me chamavam de cagão e pra piorar minha situação de vez (pois é dava pra ficar pior) a merda começou a escorrer pela cueca pras pernas, não sei se pq o volume era grande ou se foi pq a maldita garota não parava de mecher ali. As pessoas começaram a se afastar de mim e só ficaram a garota dos infernos e as irmãs dela que ficavam revezando com o nariz e cutucões em mim, olhei pra minha amiga e ela estava me olhando com olhos de mta pena, não é a toa que foi minha primeira namorada e me senti mta saudade dela quando fui transferido de unidade. No final percebi que as garotas se divertiam com a merda descendo em mim e a mais nova estava inclusive com o dedo sujo do meu coco, com raiva joguei coco nas outras meninas e desci do ônibus, terminei o trajeto a pé com todo mundo na calçada me vendo naquela situação, óbvio passei no terreno da obra antes, mas a vergonha nada iria limpar. Atribuo a esse king-kong um dos fatores que iniciaram em mim essa prisão de ventre que me faz sofrer até hoje. Depois vou contando outros fatores e a chegada da minha prima.
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