Crônicas de uma prisão de ventre

Crônicas de uma prisão de ventre

domingo, 30 de maio de 2010

Pagando um king-kong no ônibus

Antes de contar como a transferência da minha prima facilitou minha vida vou contar um dos ou talvez o maior mico que paguei na infância. Eu até acho que esse evento desencadeou minha prisão de ventre pois até o meu oito anos eu não tinha, o problema era não ter onde ir. Como descrevi antes, o banheiro da minha escola era terrível, sem papel, sem porta ou sem tranca, com xixi e fezes por todos os lados etc, e após o incidente que me aconteceu (postei sobre isso tbm), passei a tentar segurar a vontade até a hora de ir ao banheiro de casa. Obviamente isso não dava certo, eu sempre chegava em casa sujo, cagado e levava bronca e surra da minha mãe. Pode parecer meio porquinho mas certa vez chegando perto de casa todo sujo e já prevendo a surra que iria levar eu resolvi enrolar e acabei entrando em um terreno que estava sendo preparado pra construção de um hotel na minha rua. Achei uma pedra pra sentar e de maneira distraída peguei em uns papeis que estavam no mato e sem pensar no que estava fazendo tirei minha roupa e comecei a me limpar, inclusive tirando o excesso de sujeira da cueca... ao ouvir barulho de vozes corri pra casa e para minha surpresa nem apanhei, apenas levei a bronca padrão. Essa foi minha técnica então adotada, sempre passava nesse terreno antes e tirava todo o excesso de "carga" antes de ir pra casa nos dias que estava muito sujo... pelo menos até o dia do king-kong.

Bom, faziam 2 dias que eu não me sujava tanto e já estava até ficando mais confiante, porém naquele dia algo ia sair errado. Durante a aula não senti nada de anormal e nem tive vontade de ir ao banheiro, mas tudo começou no ponto de ônibus enquanto esperava o 173 (Rodoviária-Leblon) passar. Acontece que nesse dia o ônibus estava demorando muito e a dor de barriga que estava fraca na hora do recreio começou a ficar bem forte, eu via meus amigos pegarem seus ônibus e nada do meu passar e isso parecia aumentar ainda mais dor. Depois de muito tempo só ficou uma amiga minha Fabiana e eu, pois pegavamos a linha, quando senti um frio correndo meu corpo inteiro, minhas pernas enfraquecerem e infelizmente minha cueca encher... fiquei desesperado e a todo custo disfarçar, minha amiga me perguntava se estava tudo bem e eu dizia que sim e por sorte ou azar veio o ônibus lotado :( . Eu tentei não ir naquele pois cheio do jeito que estava ia acabar nada bem pro meu lado mas minha amiga insistiu muito e não tive outra escolha. Subimos no coletivo e ficamos nos últimos banco antes do cobrador que naquela época ainda fica atrás, minha colega conseguiu um lugar mais afastado me deixando sozinho. Logo com uns 20 minutos de viagem comecei a escutar uns comentários sobre cheiro de coco dentro do busão, lógico que eu sabia que se tratava de mim mas ainda não haviam achado a fonte do cheiro. Eram comentários do tipo: "alguém se cagou aqui dentro" ou "tira a cueca e joga pela janela". Foi quando uma menina que saiu de não sei onde, com a cara de uns 5 ou 6 anos grita pra mãe: "mamãe foi esse menino que fez coco nas calças!", quando olhei pra traz a garota estava com o nariz enterrado na minha bunda e ficava gritando pra mãe e pras irmãs que minha calça tinha tanto coco que vazia volume. Todos do ônibus começaram a olhar pra mim, as irmãs da garota riam e me chamavam de cagão e pra piorar minha situação de vez (pois é dava pra ficar pior) a merda começou a escorrer pela cueca pras pernas, não sei se pq o volume era grande ou se foi pq a maldita garota não parava de mecher ali. As pessoas começaram a se afastar de mim e só ficaram a garota dos infernos e as irmãs dela que ficavam revezando com o nariz e cutucões em mim, olhei pra minha amiga e ela estava me olhando com olhos de mta pena, não é a toa que foi minha primeira namorada e me senti mta saudade dela quando fui transferido de unidade. No final percebi que as garotas se divertiam com a merda descendo em mim e a mais nova estava inclusive com o dedo sujo do meu coco, com raiva joguei coco nas outras meninas e desci do ônibus, terminei o trajeto a pé com todo mundo na calçada me vendo naquela situação, óbvio passei no terreno da obra antes, mas a vergonha nada iria limpar. Atribuo a esse king-kong um dos fatores que iniciaram em mim essa prisão de ventre que me faz sofrer até hoje. Depois vou contando outros fatores e a chegada da minha prima.

domingo, 23 de maio de 2010

Primeiro trauma na infância

Eu ainda me lembro da época do colégio o quanto era difícil ir ao banheiro. As cabines quando tinham porta não tinham tranca e era tudo sempre sujo, papel então era raridade. Sempre que eu tinha vontade de fazer coco eu tentava segurar para não passar vexame no banheiro e então era comum eu chegar em casa com a roupa de baixo sempre suja. Uma certa vez resolvi encarar o medo e ir ao banheiro, escolhi um horário que imaginei do banheiro estar mais vazio e fui... consegui escolher a cabine com porta e tentei não baixar tanto as calças, pois o chão estava todo molhado de urina e tentei não sentar na privada pois o assento também estava urinado e com restos de fezes. Foi um malabarismo tenso, tentar segurar as calças, não sentar e segurar a porta para ninguém abrir... consegui relaxar um pouco e comecei a fazer, o problema foi quando percebi que estava acertando em tudo, menos dentro da privada e para piorar um moleque teve a péssima idéia de abrir a porta, assim que ele olhou pra mim praticamente cagando no chão ele começou a me chamar de cagão em voz alta, eu com medo de alguém ouvir levantei as calças do jeito que estava e sai correndo, todo sujo mesmo. Quando parei de correr vi que a parte do meu tornozelo estava sujo pois tinha caído meu próprio coco nele e me lembrei que não havia me limpado. Sem outra alternativa voltei para a sala de aula e obviamente todos sentiram o cheiro, a professora com pena veio em meu auxílio e me levou para o banheiro dos professores para me ajudar a me limpar. Além da humilhação tive que aturar as broncas da minha mãe. As coisas no colégio começaram a ficar mais fáceis quando minha prima passou a estudar lá também, mas isso conto depois.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Introdução

Primeiramente gostaria de agradecer a minha amiga Patrícia que me incentivou a escrever esse blog com as coisas que sempre acontecem e já aconteceram comigo e eu conto à ela. Brigadão Tiça! ;)

Quem já teve prisão de ventre e nunca passou por um sufoco como entupir uma privada, deixar dar uma escapulida na roupa de baixo (a famosa freiada) ou até mesmo se borrar por inteiro? Vou contar fatos que já aconteceram comigo desde os meus 8 anos de idade e fatos que ainda acontecem x___x.

Antes de mais nada tenho que explicar como é minha prisão de ventre... como todos que sofrem desse mal fico dias sem ir ao banheiro, porém, quando a vontade bate à porta meu sofrimento começa dependendo da quantidade de dias que fiquei sem fazer o número 2. Vou exemplificar, se eu passar 2 ou 3 dias em branco quando a vontade vem consigo segurar por um tempo razoável, coisa de 1 hora, mas quando fico mais de 4 dias (o que com o stresse do trabalho se tornou normal) não consigo segurar nem por meia hora... já deu pra imaginar né?

Espero que esse blog possa divertí-los do mesmo jeito que diverte a minha grande amiga Patrícia.